Autor: Leo Schwartz e Ben Weiss Traduzido por: Liam Fonte: Fortune
Em 2019, a Meta anunciou um plano ousado: lançar uma nova stablecoin que funcionaria no Facebook, WhatsApp e em várias outras plataformas digitais. No entanto, após enfrentar forte oposição do Congresso dos EUA e de outras instituições legislativas, a empresa acabou abandonando o plano. Hoje, a Meta está novamente explorando o setor de stablecoins. De acordo com cinco fontes informadas, a empresa está discutindo com empresas de criptomoeda o lançamento de uma stablecoin como meio de gerenciar pagamentos, e já contratou um vice-presidente de produto com experiência em stablecoins para impulsionar as discussões relacionadas. As identidades dessas cinco fontes são conhecidas pela revista Fortune, mas elas pediram para permanecer anônimas ao discutir este segredo comercial.
A Meta recusou-se a comentar.
As stablecoins são criptomoedas não voláteis atreladas ao dólar, que têm atraído atenção no setor de blockchain há muito tempo, mas a política rigorosa do governo Biden contra as criptomoedas limitou sua aplicação mainstream. No entanto, a eleição de Donald Trump como presidente em novembro do ano passado, bem como a recente aquisição da startup de stablecoins Bridge pela gigante de pagamentos Stripe por 1,1 bilhão de dólares, impulsionaram uma aplicação mais ampla das stablecoins no setor financeiro, especialmente como ferramentas de pagamento transfronteiriço.
No último mês, a Visa anunciou uma parceria com o provedor de infraestrutura de stablecoin Bridge, a empresa financeira Fidelity revelou que está a desenvolver a sua própria stablecoin, enquanto a Stripe lançou novas contas financeiras baseadas em stablecoin.
O interesse da Meta por esta tecnologia reflete a crescente atenção das empresas não criptográficas em relação às stablecoins, especialmente no momento em que os legisladores do Congresso debatem duas propostas de lei destinadas a regular as stablecoins, que visam acabar com anos de incerteza regulatória.
Plano de criptomoeda da Meta
De acordo com seu perfil no LinkedIn, Ginger Baker ingressou na Meta como vice-presidente de produtos em janeiro deste ano, focando nas áreas de tecnologia financeira e pagamentos. Ela anteriormente ocupou cargos executivos na empresa de tecnologia financeira Plaid e ainda é membro do conselho da Stellar Development Foundation, uma empresa de criptomoedas que gerencia blockchains de camada 1. Segundo uma fonte próxima, ela está ajudando a Meta a avançar no trabalho de exploração de stablecoins.
A Meta recusou-se a conceder uma entrevista a Baker.
De acordo com três fontes informadas, a Meta entrou em contato com várias empresas de infraestrutura de criptomoedas no início deste ano. As discussões ainda estão em estágios iniciais, mas o foco está em uma das principais vantagens das stablecoins em relação às moedas fiduciárias - a capacidade de realizar pagamentos a indivíduos em diferentes regiões com custos baixos, enquanto métodos de pagamento tradicionais, como transferências bancárias, geram altas taxas.
Executivos de um provedor de infraestrutura cripto sugeriram que o Instagram, uma subsidiária da Meta, poderia integrar stablecoins para emitir micropagamentos de cerca de US$ 100 para criadores em diferentes mercados, o que seria mais barato do que pagar com moedas fiduciárias. O executivo descreveu a Meta como ainda em "fase de aprendizado", acrescentando que a Meta permanecerá neutra ao escolher um tipo de stablecoin, em vez de estar vinculada a um provedor específico, como o USDC da Circle. Dois outros executivos de criptomoedas também revelaram à Fortune que tiveram discussões iniciais com a Meta sobre o cenário de pagamento.
Entretanto, a Circle recrutou Matt Cavin da empresa de blockchain de jogos Immutable em março. De acordo com uma fonte próxima, Cavin está em negociações com a Meta e outros gigantes da tecnologia sobre questões relacionadas. O perfil de Cavin no LinkedIn mostra que seu cargo atual na Circle é "Chefe de Parcerias Estratégicas de Nível 1", mas não especifica as empresas parceiras.
A Circle recusou-se a comentar.
Crescimento explosivo das stablecoins
A Meta explora as stablecoins de forma particularmente notável, uma vez que foi a maior empresa de tecnologia mais conhecida a investigar a integração de criptomoedas. Em 2019, a Meta anunciou um plano de blockchain que mais tarde evoluiu para a Libra, uma proposta de aliança composta por empresas, incluindo a Uber e o PayPal, que planejava lançar uma stablecoin apoiada por uma cesta de moedas fiduciárias. Após a mudança de nome para Diem, a Meta abandonou o projeto no início de 2022 sob revisão regulatória. A Meta vendeu os ativos da Diem para o banco amigável às criptomoedas SilverGate.io.
Vários ex-funcionários que participaram do projeto Libra fundaram suas próprias empresas de criptomoedas, incluindo David Marcus, fundador da Lightspark, uma empresa de infraestrutura de pagamento em Bitcoin. Outros ex-funcionários da Meta também reutilizaram a tecnologia da Meta para desenvolver suas próprias blockchains. Os mais notáveis são os fundadores da Aptos e da Sui, que operam em uma linguagem de programação proprietária chamada Move, desenvolvida pela Meta.
Na terça-feira, o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, fez um discurso na conferência da Stripe, onde admitiu o fracasso do Diem durante um diálogo no palco com o cofundador da Stripe, John Collison, de acordo com um vídeo obtido pela Fortune. Zuckerberg disse: "Aquele negócio já não está a funcionar."
Quando questionado sobre a tendência do Meta de estar frequentemente à frente nas tendências tecnológicas, Zuckerberg afirmou: "Claro, estar à frente é muito mais interessante do que ficar para trás." Mas ele acrescentou: "Ainda há muitas áreas em que estamos atrasados e precisamos trabalhar para voltar à disputa, e eu acho que estamos a fazer um bom trabalho nisso."
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Zuckerberg reiniciou repentinamente o plano da moeda estável
Autor: Leo Schwartz e Ben Weiss Traduzido por: Liam Fonte: Fortune
Em 2019, a Meta anunciou um plano ousado: lançar uma nova stablecoin que funcionaria no Facebook, WhatsApp e em várias outras plataformas digitais. No entanto, após enfrentar forte oposição do Congresso dos EUA e de outras instituições legislativas, a empresa acabou abandonando o plano. Hoje, a Meta está novamente explorando o setor de stablecoins. De acordo com cinco fontes informadas, a empresa está discutindo com empresas de criptomoeda o lançamento de uma stablecoin como meio de gerenciar pagamentos, e já contratou um vice-presidente de produto com experiência em stablecoins para impulsionar as discussões relacionadas. As identidades dessas cinco fontes são conhecidas pela revista Fortune, mas elas pediram para permanecer anônimas ao discutir este segredo comercial.
A Meta recusou-se a comentar.
As stablecoins são criptomoedas não voláteis atreladas ao dólar, que têm atraído atenção no setor de blockchain há muito tempo, mas a política rigorosa do governo Biden contra as criptomoedas limitou sua aplicação mainstream. No entanto, a eleição de Donald Trump como presidente em novembro do ano passado, bem como a recente aquisição da startup de stablecoins Bridge pela gigante de pagamentos Stripe por 1,1 bilhão de dólares, impulsionaram uma aplicação mais ampla das stablecoins no setor financeiro, especialmente como ferramentas de pagamento transfronteiriço.
No último mês, a Visa anunciou uma parceria com o provedor de infraestrutura de stablecoin Bridge, a empresa financeira Fidelity revelou que está a desenvolver a sua própria stablecoin, enquanto a Stripe lançou novas contas financeiras baseadas em stablecoin.
O interesse da Meta por esta tecnologia reflete a crescente atenção das empresas não criptográficas em relação às stablecoins, especialmente no momento em que os legisladores do Congresso debatem duas propostas de lei destinadas a regular as stablecoins, que visam acabar com anos de incerteza regulatória.
Plano de criptomoeda da Meta
De acordo com seu perfil no LinkedIn, Ginger Baker ingressou na Meta como vice-presidente de produtos em janeiro deste ano, focando nas áreas de tecnologia financeira e pagamentos. Ela anteriormente ocupou cargos executivos na empresa de tecnologia financeira Plaid e ainda é membro do conselho da Stellar Development Foundation, uma empresa de criptomoedas que gerencia blockchains de camada 1. Segundo uma fonte próxima, ela está ajudando a Meta a avançar no trabalho de exploração de stablecoins.
A Meta recusou-se a conceder uma entrevista a Baker.
De acordo com três fontes informadas, a Meta entrou em contato com várias empresas de infraestrutura de criptomoedas no início deste ano. As discussões ainda estão em estágios iniciais, mas o foco está em uma das principais vantagens das stablecoins em relação às moedas fiduciárias - a capacidade de realizar pagamentos a indivíduos em diferentes regiões com custos baixos, enquanto métodos de pagamento tradicionais, como transferências bancárias, geram altas taxas.
Executivos de um provedor de infraestrutura cripto sugeriram que o Instagram, uma subsidiária da Meta, poderia integrar stablecoins para emitir micropagamentos de cerca de US$ 100 para criadores em diferentes mercados, o que seria mais barato do que pagar com moedas fiduciárias. O executivo descreveu a Meta como ainda em "fase de aprendizado", acrescentando que a Meta permanecerá neutra ao escolher um tipo de stablecoin, em vez de estar vinculada a um provedor específico, como o USDC da Circle. Dois outros executivos de criptomoedas também revelaram à Fortune que tiveram discussões iniciais com a Meta sobre o cenário de pagamento.
Entretanto, a Circle recrutou Matt Cavin da empresa de blockchain de jogos Immutable em março. De acordo com uma fonte próxima, Cavin está em negociações com a Meta e outros gigantes da tecnologia sobre questões relacionadas. O perfil de Cavin no LinkedIn mostra que seu cargo atual na Circle é "Chefe de Parcerias Estratégicas de Nível 1", mas não especifica as empresas parceiras.
A Circle recusou-se a comentar.
Crescimento explosivo das stablecoins
A Meta explora as stablecoins de forma particularmente notável, uma vez que foi a maior empresa de tecnologia mais conhecida a investigar a integração de criptomoedas. Em 2019, a Meta anunciou um plano de blockchain que mais tarde evoluiu para a Libra, uma proposta de aliança composta por empresas, incluindo a Uber e o PayPal, que planejava lançar uma stablecoin apoiada por uma cesta de moedas fiduciárias. Após a mudança de nome para Diem, a Meta abandonou o projeto no início de 2022 sob revisão regulatória. A Meta vendeu os ativos da Diem para o banco amigável às criptomoedas SilverGate.io.
Vários ex-funcionários que participaram do projeto Libra fundaram suas próprias empresas de criptomoedas, incluindo David Marcus, fundador da Lightspark, uma empresa de infraestrutura de pagamento em Bitcoin. Outros ex-funcionários da Meta também reutilizaram a tecnologia da Meta para desenvolver suas próprias blockchains. Os mais notáveis são os fundadores da Aptos e da Sui, que operam em uma linguagem de programação proprietária chamada Move, desenvolvida pela Meta.
Na terça-feira, o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, fez um discurso na conferência da Stripe, onde admitiu o fracasso do Diem durante um diálogo no palco com o cofundador da Stripe, John Collison, de acordo com um vídeo obtido pela Fortune. Zuckerberg disse: "Aquele negócio já não está a funcionar."
Quando questionado sobre a tendência do Meta de estar frequentemente à frente nas tendências tecnológicas, Zuckerberg afirmou: "Claro, estar à frente é muito mais interessante do que ficar para trás." Mas ele acrescentou: "Ainda há muitas áreas em que estamos atrasados e precisamos trabalhar para voltar à disputa, e eu acho que estamos a fazer um bom trabalho nisso."